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domingo, junho 13, 2004

'bêre bêre tem uma bala no meu corpo bêre bêre e não é bala de côco' 

sua tristezura de contente está como essa lua: metade negra, metade escondida, mas lua que brilha de doer em nossos olhos!
Dona Xu, é pra ti o beradêro à capella, cheio de ritmo desse que bate pé, pois claro:

Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cosendo roupa
Com a linha do equador
E a voz da santa dizendo:
O que é que eu tô fazendo
Cá em cima desse andor

A tinta pinta o asfalto
Enfeita a alma motorista
É cor na cor da cidade
Batom no lábio nortista
O olhar vê tons tão sudestes
E o beijo que vós me nordestes
Arranha-céu na boca paulista

Cadeiras elétricas da baiana
Sentença que o turista cheire
E os sem amor, os sem teto
Os sem paixão, sem alqueire
No peito dos sem peito uma seta
E a cigana analfabeta
Lendo a mão de Paulo Freire

A correnteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sim, não contudo
Pé quebrado, verso mudo
Grito no hospital da gente

(Beradêro)
Chico César

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