sexta-feira, dezembro 31, 2004
vi que se tratavam abaixo, acima de tudo. como nenhum amor devoto a nada, nem às coisas.
um dia mandou um postal ao amigo. tratava-o por "meu"
|
um dia mandou um postal ao amigo. tratava-o por "meu"
quinta-feira, dezembro 30, 2004
(amor táctil)
|quarta-feira, dezembro 29, 2004
Against Despair

esta mulher deixou mais claro mais fundo o sulco
que nos atravessa
Susan Sontag
(1933 - 2004)
Sweet, smiling, uninterrupted, free.

I can see humility
Delicate and white
It is satisfying
Just by itself. . .
Agnes Martin
(1912 - 2004)
de tornar-se
Fa molto freddo. Lo so, lo vedo negli altri. Il gelo mi entrerebbe nelle ossa se lo lasciassi passare, cioè mi distraessi. Ma ho troppo da fare.
Non che abbia cose precise da fare, anzi non faccio assolutamente nulla, ossia chi mi vede certamente pensa così. Ma non è vero. Sto osservando il bosco che a poco a poco diventa bianco.
Non che abbia cose precise da fare, anzi non faccio assolutamente nulla, ossia chi mi vede certamente pensa così. Ma non è vero. Sto osservando il bosco che a poco a poco diventa bianco.
in Il bosco bianco de Michelangelo Antonioni
(volume Il deserto rosso)
asa nisi masa

quinta-feira, dezembro 23, 2004
"you will like it, it is made with love"

© exploding dog
quarta-feira, dezembro 22, 2004

eu sou aquele que virá
apagar da areia todos os traços
indícios do que há de vir
a profecia dos cântaros e dos estilhaços
da sede de todas as fontes
o prenúncio de um
brilho perseguido
domingo, dezembro 19, 2004
Vem
Eu vou pousar a mão no teu quadril
Multiplicar-te os pés por muitos mil
Fita o céu
Roda:
A dor define nossa vida toda
Mas estes passos lançam moda
E dirão ao mundo por onde ir
Às vezes tu te voltas para mim
Na dança, sem te dares conta enfim
Que também amas
Mas, ah!
Somos apenas dois mulatos
Fazendo poses nos retratos
Que a luz da vida imprimiu de nós
Se desbotássemos
Outros revelar-nos-íamos no carnaval
Roubemo-nos ao deus Tempo
E nos demos de graça à beleza total
Vem
Nós
Cartão-postal com touros em Madri
O Corcovado e o Redentor daqui
Salvador, Roma
Amor, onde quer que estejamos juntos
Multiplicar-se-ão assuntos de mãos e pés
E desvãos do ser
Os Passistas Caetano Veloso
|
Eu vou pousar a mão no teu quadril
Multiplicar-te os pés por muitos mil
Fita o céu
Roda:
A dor define nossa vida toda
Mas estes passos lançam moda
E dirão ao mundo por onde ir
Às vezes tu te voltas para mim
Na dança, sem te dares conta enfim
Que também amas
Mas, ah!
Somos apenas dois mulatos
Fazendo poses nos retratos
Que a luz da vida imprimiu de nós
Se desbotássemos
Outros revelar-nos-íamos no carnaval
Roubemo-nos ao deus Tempo
E nos demos de graça à beleza total
Vem
Nós
Cartão-postal com touros em Madri
O Corcovado e o Redentor daqui
Salvador, Roma
Amor, onde quer que estejamos juntos
Multiplicar-se-ão assuntos de mãos e pés
E desvãos do ser
Os Passistas Caetano Veloso
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Senhor Deus dos desgraçados ! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!...
Quem são estes desgraçados?
|
Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? Quem são? Se a estrela se cala, Se a vaga à pressa resvala Como um cúmplice fugaz, Perante a noite confusa... Dize-o tu, severa Musa, Musa libérrima, audaz!...
Quem são estes desgraçados?
Excerto de O navio negreiro, de Antonio Castro Alves

foto Ken Light
magnólias para a pianista pelo dia dos seus anos
«não usamos o corpo todo» pensamos mais, e não usamos o corpo todo.
quarta-feira, dezembro 15, 2004
ad eternum
até quando senhores, até quando?
é eterna a espera desolada pela minha pobre giulia, impacientemente aguardando
aguando
aguardando que ela emerga esplendorosa dos meandros escambrosos do submundo vicioso das oficinas sinistras e dos mecânicos ruins.
|

é eterna a espera desolada pela minha pobre giulia, impacientemente aguardando
aguando
aguardando que ela emerga esplendorosa dos meandros escambrosos do submundo vicioso das oficinas sinistras e dos mecânicos ruins.
terça-feira, dezembro 14, 2004
ocupado
tradução iminente, tradução iminente
|
quinta-feira, dezembro 09, 2004
todas as músicas, deus e o diabo
|terça-feira, dezembro 07, 2004
ARDER
|

segunda-feira, dezembro 06, 2004
intro
por ora, verei só milagres. apenas as transfigurações das tuas mãos, teus pés que não tocam o inacessível chão.
meu corpo será somente orientado para a luz, esplendor divino, em todas as horas, todas as luzes. todas as horas de luz. e se mesmo assim me maravilharem os teus passos pela rua, de assombro, de incandescência. se ainda assim me cegar o trajecto luminoso finito de um astro em rota de colisão -ou só extinção- entao sim, farão sentido os joelhos na insaciável vocação de chão.
|
meu corpo será somente orientado para a luz, esplendor divino, em todas as horas, todas as luzes. todas as horas de luz. e se mesmo assim me maravilharem os teus passos pela rua, de assombro, de incandescência. se ainda assim me cegar o trajecto luminoso finito de um astro em rota de colisão -ou só extinção- entao sim, farão sentido os joelhos na insaciável vocação de chão.
Cuidado
hoje à noite *Lhasa de Sela na Aula Magna. E já não há nada a fazer senão render-se.
llegarás mañana
Para el fin del mundo
O el año nuevo
Mañana te mato
Mañana te libro
Estoy adelante ya no
Ya no tengo miedo
Mañana te digo que el amor
Que el amor se ha ido*
sexta-feira, dezembro 03, 2004
percepções agudas
A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil. Ela espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio sem concentração, suas alegrias sem causa, sua felicidade sem dia seguinte... É ela o suspiro indefinível que exalam ao luar as nossas noites do norte
Noites do Norte Caetano Veloso
|
Noites do Norte Caetano Veloso